A BELEZA em si é fundamental! Sendo do CORPO ou da ALMA, vai depender de quem a vê. O ideal é que o conjunto da obra seja o complemento tanto do corpo como da alma, já que a BELEZA DO CORPO é passageira, enquanto que a BELEZA DA ALMA se estende além da matéria. A BELEZA vem de dentro para fora, mesmo que alguns procedimentos sejam esternos, mas é internamente que vem a satisfação da BELEZA, fazendo com que uma dependa da outra.

domingo, 17 de junho de 2012

Percepção dos Consumidores de Serviços de Beleza em Relação às normas de Biossegurança Utilizadas em Estabelecimentos de Beleza em Itajaí/SC.



Eni  Marilza  Maia  de  Souza1    -  Acadêmica  do  Curso  de  Cosmetologia  e  Estética  da 
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. 

Paloma  Marchi2    -  Acadêmica do  Curso de  Cosmetoloogia  e Estética  da  Universidade  do Vale 
do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina 

Janine  Maria  Pereira Ramos  Bettega3  –  Orientadora; Professora  do  Curso  de  Cosmetologia e 
Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.   

Contatos 
1eniestetic@hotmail.com 
2palomamarchi@hotmail.com 
3 Janine_mpr@yahoo.com br 

RESUMO 

Atualmente,  percebe-se  uma  exigência  cada  vez  maior  dos  consumidores  dos  serviços  de 
Cosmetologia  e  Estética  com  relação  à  qualidade  dos serviços  prestados,  sendo  de  fundamental 
importância  neste  contexto  a  observação  das  normas  e  condutas  de  Biossegurança.  Tanto 
profissionais  quanto  consumidores  dos  serviços  de  beleza,  seja  em  salões,  clínicas  de  estética, 
spas  e  afins,  estão  vulneráveis  a  uma  série  de  riscos,  que  podem  ser  físicos,  químicos  e 
biológicos,  inerentes  aos  procedimentos  que  envolvem  as  atividades  desta  área.    A  falta  de 
conscientização  e  até  mesmo  de  conhecimento  sobre  as  condutas  necessárias  para  evitar 
contaminações  em  estabelecimentos  de  beleza,  aumenta  o  risco  de  contágio.  As  medidas  de 
higiene,  assepsia,  esterilização  e  desinfecção  adequadas  dos  materiais  utilizados  durante  a 
realização  das  atividades  da  área  de  Cosmetologia  e  Estética  são  indispensáveis.  Dentre  estas 
medidas  inclui-se  o  uso  de  Equipamentos  de  Proteção  Individual  (EPI’s)  e  coletiva  (EPC’s),  a 
higienização  das  mãos  sempre  antes  e  depois  de  cada  procedimento,  a  correta  limpeza,  
desinfecção  ou  esterilização  dos  materiais  utilizados  e  o  gerenciamento  correto  de  resíduos 
gerados.  Este  trabalho  tem  como  objetivo  apresentar  informações  sobre  a  percepção  dos 
freqüentadores  de  estabelecimentos  de  beleza  sobre  as  condutas  e  normas  de  Biossegurança  e 
seus  diversos  aspectos,  através  da  aplicação  de  um  questionário  que  foi  distribuído  em 
estabelecimentos  de beleza na cidade de  Itajaí/SC. De acordo  com a pesquisa  realizada  observou-
se  que  os  clientes  que  frequentam  os  salões  não  tem  conhecimento  a  respeito  das  funções  de 
Biossegurança.



NTRODUÇÃO 

 A  preocupação  com  a  beleza  e  a  juventude  é  responsável  pela  formação  de  um  grande 
público  que  procura  constantemente  os  serviços  de  Cosmetologia  e  Estética.  Este  público,  que 
atinge diversas faixas etárias, sexos e raças, vem se tornando cada vez mais exigente e informado.          
Surge,  em  conseqüência  disso,  a  necessidade  da  formação  de  profissionais  capacitados  e 
especializados, cuja atuação profissional seja fundamentada  em princípios científicos e éticos; um 
profissional  preparado,  atento  às  novas  tendências  e  munido  de  conhecimentos  científicos, 
abandonando o empirismo que há algum tempo atrás era tão comum nesta área. A Biossegurança,  
segundo  Hinrichsen  (2004,  p.4),  consiste  no  conjunto  de  ações  voltadas  para  a  prevenção,  
minimização  ou  eliminação  de  riscos  inerentes  às  atividades  de  pesquisa,  produção,  ensino, 
desenvolvimento  tecnológico  e  prestação  de  serviços  que  possam  comprometer  a  saúde  do 
homem,  dos  animais,  do  meio  ambiente,  ou  a  qualidade  dos  trabalhos  desenvolvidos.  Os 
profissionais  e consumidores  dos serviços de beleza,  devem estar  cientes que  estão vulneráveis a 
uma  série  de  riscos,  que  podem  ser  físicos,  químicos  e  biológicos,  inerentes  aos  procedimentos 
que envolvem essas atividades. 
Esses  riscos,  por  sua  vez,  podem  ser  eliminados  ou  minimizados  através  de  condutas 
guiadas  por  normas  de  Biossegurança,  que  abrangem  uma  série  de  cuidados,  incluindo  limpeza 
do  estabelecimento e  mobiliários,  desinfecção  e  assepsia  de  utensílios, esterilização  dos  artigos, 
uso  de  equipamentos  de  proteção  coletiva  (EPC’s)  e  equipamentos  de  proteção  individual 
(EPI’s), descarte correto de material contaminado; também a higienização e assepsia das mãos do 
profissional. 
O  profissional  de  beleza  e  estética  deve  ter  em  mente  que  possui  forte  influência  sobre 
seus  clientes,  fornecedores, funcionários  e  parceiros. Com  seu  comportamento  ajuda  a  construir 
padrões  de  conduta  e  influencia  o  ambiente  a  sua  volta.  Tais  ações  fortalecem  o  espírito  de 
cidadania  e  agregam  valor  à  profissão  de  Estética  frente  à  sociedade,  o  que  irá  se  refletir  em 
aumento  de  oportunidades  de  mercado.  As  práticas  exercidas  nos  estabelecimentos  de  beleza 
envolvem  riscos  de  infecções  ameaçadores  à  saúde,  tanto  para  os  clientes,  quanto  aos 
profissionais. Portanto, deve-se salientar a importância das normas de Biossegurança. 
Sendo  assim,  este  trabalho  destaca  a  necessidade  do  profissional  obter  maiores 
informações  sobre  a percepção e  observação  de  seus clientes com  relação a  diversos aspectos de 
Biossegurança.  O  objetivo  desta  pesquisa  é  analisar  o  nível  de  conhecimento  que  os 
consumidores de  serviços  de  beleza  possuem  em  relação  às  normas de  Biossegurança  na  cidade 
de  Itajaí/SC,  compilando  dados  estatísticos  que  podem  servir  de  fonte  de  pesquisa  bibliográfica 
na  área  de  Cosmetologia  e  Estética.  A  partir  das  informações  obtidas,  foi  elaborado  um  folheto 
contendo  algumas  diretrizes  de  Biossegurança  aplicáveis  aos  estabelecimentos  e  aos 
freqüentadores destes estabelecimentos. 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 Um  dos  principais  objetivos  da  Política  Nacional  de  Relações  de  Consumo  é  proteger  a 
saúde  e  a  segurança  dos  consumidores,  sendo  este  objetivo  um  direito  básico  do  consumidor: 
“Art. 6º -são direitos  básicos do consumidor: 1- a proteção da vida, saúde e segurança  contra os 
riscos  provocados  por  práticas  no  fornecimento  de  produtos  e  serviços  considerados  perigosos 
ou nocivos (...)”. 
 
Biossegurança no estabelecimento 

Em  qualquer  estabelecimento  de  beleza  deve  haver  uma  estrutura  que  assegure  o 
desenvolvimento  correto  das  atividades  ali  desenvolvidas  e  que  vise  a  segurança  e  saúde  tanto 
para o cliente, quanto ao profissional.  
Conforme Resolução  n.50 de 21/02/2002 da ANVISA, todos os  estabelecimentos deverão 
possuir em suas dependências pisos e paredes de superfície  lisa, composta de  material compacto,  
impermeável  e  lavável,  além  possuir  instalações  devidamente  conservadas  e  asseadas.  Deve-se,  
ainda, haver  um planejamento adequado sobre  a disposição dos  mobiliários a  fim de  manter uma 
boa circulação, limpeza  e  manutenção. Os  mobiliários devem  ser  feitos de  material  impermeável 
à  água  e  resistente  a  ação  de  desinfetantes.  A  iluminação  precisa  ser  adequada  para  todas  as 
atividades,  sendo  recomendável  um  bom  grau  de  claridade  no  nível  das  superfícies  de  trabalho, 
enviando-se reflexos e/ou luz ofuscante.  
 
Limpeza e desinfecção do ambiente de trabalho 

A  limpeza  e  desinfecção  do  ambiente  devem  estar  de  acordo  com  as  normas  de 
Biossegurança,  visando  sempre  o  bem  estar  da  relação  profissional-cliente.  O  sucesso  de  um 
processo  de  limpeza  e/ou  desinfecção  do  ambiente,  incluindo  chão,  pisos,  paredes,  bancadas, 
móveis  e  equipamentos  depende  de  uma  variedade  de  fatores  relativos  à  natureza,  estrutura 
fisiológica  e  antigenicidade  dos  microrganismos,  bem  como da  estrutura  química,  concentração, 
tempo  de  exposição  e  mecanismo  de  ação  antimicrobiana  dos  agentes  químicos  utilizados.  Os 
microrganismos  variam  quanto  à  susceptibilidade  aos  agentes  químicos,  em  função  de  diversos 
fatores  acima mencionados (GUNDALINI, 1997). Um  número  considerável de agentes  químicos 
é  utilizado  nos  estabelecimentos  de  saúde  e  beleza,  sendo  os  mais  utilizados:  etanol  70%,  
hipoclorito  de sódio em  concentrações  de 1  a 5%  e  clorhexidine  a 2%. Entretanto não  existe  um 
desinfetante  que  atenda  a  todas  as  necessidades  desejadas.  Na  escolha  do  desinfetante  deve-se 
levar  em  consideração  aspectos  como:  ação,  toxidade,  estabilidade,  finalidade  e  natureza  do 
material a ser tratado (NESTER et al, 1998).  
Segundo  Teixeira  e  Valle  (1996,  p.  139),  desinfecção  é  um  processo  que  diminui  o 
número  de  microrganismos  patogênicos  de  seres  inanimados,  mas  não  necessariamente  os 
esporos,  tornando-os  livres  da  maioria  das  formas  microbianas  patogênicas.  A  atividade 
antimicrobiana é diretamente relacionada ao número de  microrganismos presentes. Quanto maior 
a  carga,  maior  o  tempo  de  exposição  necessário  para  destruí-la.  Assim,  uma  limpeza  prévia 
escrupulosa, visando  reduzir o  número  de microrganismos,  é de  grande  interesse para o  processo 
de desinfecção. 
 
Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em estabelecimentos de beleza 

O consumidor  de serviços  de  beleza  deve  estar  consciente  da  existência  de  uma  série de 
riscos  físicos,  químicos  e  biológicos  a  que  pode  estar  sujeito,  caso  o  profissional  da  área  da 
beleza  não  tenha  cuidados  de  prevenção  básicos,  como  higiene,  assepsia  e  esterilização  dos 
artigos  utilizados  em  sua  profissão.  Relacionando  as  doenças  patogênicas  que  podem  ser 
ocasionadas  por  contaminação  direta  do  profissional  e  do  cliente,  destacam-se  as  micoses  (de 
pele e anexos cutâneos), hepatite (B e C), AIDS, além de outras doenças. 
A  limpeza  dos  artigos  e  utensílios  antes  da  desinfecção  e/ou  esterilização  é  de  suma 
importância  para a  eficácia dos  últimos processos.  A limpeza  consiste na  remoção da sujidade de 
qualquer superfície,  diminuindo a quantidade  de microrganismos existentes,  e  deve ser realizada 
em água corrente, com detergente e ação mecânica ( RAZABONI, 2004).  
De acordo com o Ministério da Saúde (2004,  p.  11), os artigos podem ser  classificados da 
seguinte maneira: 
  

-  ARTIGOS  CRÍTICOS:  São  artigos  destinados  à  penetração  através  da  pele  e  mucosas 
adjacentes. Fica indicado sempre a esterilização com todas as etapas que incluem este processo.  

- ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS: São os que  tem  contato com  pele ou mucosa íntegras,  mas  que 
para  garantir  seu  múltiplo  uso  devem  passar  pelo  reprocessamento  na  forma  de  desinfecção  de 
alto nível ou esterilização.  

- ARTIGOS NÃO-CRITICOS: Os artigos destinados ao contato com a  pele íntegra. Devem ser 
desinfetados, dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado. 

Esterilização,  segundo  Razaboni  (2004),  é  um  processo  que  elimina  todos  os 
microrganismos:  esporos,  bactérias,  vírus,  fungos  e  protozoários.  A  esterilização  refere-se  à 
completa  eliminação  de  patógenos,  agentes  biológicos  com  capacidade  de  reprodução  ou 
potencial infeccioso. 
A desinfecção  é  feita  por  desinfetantes  e  antissépticos,  enquanto  a  esterilização  pode  ser 
realizada  através  do  calor  seco  (estufa  ou  forno  Pasteur)  ou  de  calor  úmido  (autoclave) 
(RAZABONI, 2004). O calor úmido utiliza a temperatura de 121 a 132 °C sob pressão, em tempo 
de  15  a  30  minutos  e  tem  como  vantagem  o  fácil  manuseio,  enquanto que  o  calor  seco  utiliza  a 
temperatura de 170 °C por 1 hora ou 2 horas a 160 °C – sem interrupções durante o processo.  
Em  estabelecimentos de  beleza,  artigos como alicates,  espátulas, palitos  de inox, tesouras 
e  pinças  devem  ser  esterilizados,  seguindo  rigorosamente  o  processo,  evitando assim  o  risco  de 
contaminação tanto para  o  profissional quanto  aos  clientes. Outros  artigos como  pentes, escovas 
entre  outros,  devem  ser submetidos aos  processos  de  limpeza  e  desinfecção  através  de  produtos 
específicos.  
 
Limpeza e assepsia das mãos 

Outro  processo  importantíssimo  dentro  das  condutas  de  Biossegurança  é  a  higienização 
das  mãos.  Oppermann  e  Pires  (2003,  p.9)  citam  que  a  lavagem  rotineira  das  mãos  com  água  e 
sabão,  elimina  além  da  sujidade  visível  ou  não,  a  maioria  dos  microrganismos que  se  aderem  à 
pele  durante  o  desenvolvimento  de  atividades,  mesmo  estando  a  mão  enluvada.  A  lavagem  das 
mãos  é  a  principal  medida  de  bloqueio  da  transmissão  de  germes.  Devemos  lavar  as  mãos 
sempre, antes de iniciarmos uma atividade e logo após seu término [...]. 
 
 Utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e Proteção Coletiva (EPC’s)  

Os  consumidores  dos  serviços  de  beleza  devem  estar  cientes  e  exigir  que  todo  o 
profissional da área  faça uso de  EPIs durante alguns procedimentos específicos como: limpeza de 
pele,  depilação,  manicura  (o)  e  pedicura  (o),  podologia,  aplicação  de  produtos  cosméticos,  
quando  estão  expostos  a  uma  grande  variedade  de  microrganismos  que  podem  causar  doenças 
infecto-contagiosas e também quando manuseiam produtos tóxicos como amônia e outros.  
Segundo  o  Ministério  do  Trabalho  e  Emprego  em  sua  Norma  Regulamentadora  6  –  da 
portaria  3.214/1978,  é  considerado  Equipamento  de  Proteção  Individual  –  EPI,  todo  dispositivo 
ou  produto,  de  uso  individual  utilizado  pelo  profissional,  destinado  à  proteção  de  riscos 
suscetíveis  de  ameaçar  a  segurança  e  a  saúde  do  profissional  e  do  cliente.  Estas  barreiras 
protetoras  evitam  o  contato  direto  com  microrganismos  e  matéria  orgânica.  São  exemplos  de 
EPIs: luvas,  gorros, aventais, óculos de proteção e máscaras. 

- Gorro: o uso  do gorro  oferece uma barreira mecânica para a  possibilidade de contaminação dos 
cabelos,  através  de  secreções  que  possam  espirrar,  além  de  evitar  que  microrganismos  possam 
colonizar os cabelos  do  profissional. Guandalini  et  al (1997,p.13)  citam que os gorros devem ser 
descartados  em  lixo  contaminado,  devendo  ser  trocados  em  atendimentos  sempre  que  houver 
necessidade devido ao suor e as sujidades. 

-  Avental:  fornece  uma  barreira  de  proteção  e  reduz  a  oportunidade  de  transmissão  de 
microrganismos.  Previne  a  contaminação  da  roupa  dos  profissionais,  protegendo  a  pele  da 
exposição  a  fluidos como  sangue,  exsudatos  e  secreções orgânicas.  Devem,  ser trocados  sempre 
que houver sujidade e contaminação visível. Seu uso deve ser restrito ao local de tr abalho e nunca 
guardado com objetos pessoais. 

-  Máscara:  a  máscara  representa  uma  importante  forma  de  proteção  das  mucosas  da  boca  e  do 
nariz  contra  ingestão  ou  inalação  de  microrganismos  e  alguns  tipos  de  produtos  químicos.  A 
máscara  representa  uma  das  importantes  medidas  de  proteção  individual,  pois  protege  a  vias 
superiores contra microrganismos presente durante a fala , tosse ou espirros. 

- Óculos  de  Proteção:  segundo  Guandalini et  al  (1997,  p.17),  os  óculos  de  proteção  devem  ser 
usados  para  evitar  que  o  sangue,  exsudatos  (como  pus  ou  secreções  como  a  saliva)  e  partículas 
atinjam  os  olhos  do  profissional  durante  o  atendimento,  visto  que  os  olhos  possuem  menor 
barreira  de  proteção  que  a  pele.  Os  óculos  devem  ser  fechados  lateralmente,  lavados  e 
desinfetados. 
 

-  Luvas:  sua  utilização  é  uma  medida  de  proteção  tanto  para  o  profissional  quanto  ao  cliente,  
sempre  que houver a  possibilidade  de contato  com sangue, secreções, mucosas  e tecidos.  Devem 
ser  trocadas  a  cada  cliente.  De acordo  com  Guandalini  et  al  (1997,  p.18)  as  luvas  servem  como 
barreira  mecânica para  as mãos,  sendo consideradas como  uma  “segunda pele”.  As  mãos devem 
ser  lavadas antes  e após calçar as luvas, que  devem ser descartadas  a cada procedimento  em lixo 
contaminado. 

Na  realização  de  determinados  procedimentos  em  estabelecimentos  de  beleza,  como 
estética facial, a alta rotatividade no atendimento e o contato profissional-cliente muito próximo e 
prolongado, fazem  com que o risco de exposição  do esteticista  a microrganismos provenientes do 
cliente e vice-versa,  ocorra  por meio de secreções como a saliva; fluídos  como sangue, exsudatos 
provenientes  da  extração  de  acnes  ou  por  meio  de  lesões  na  pele,  seja  aumentado 
(SHMIDLIN,2005).  Portanto,  em  procedimentos  como  este,  a  maioria  dos  EPIs  citados  devem 
ser utilizados. 

Os  kits  de  primeiros  socorros  devem  estar  disponíveis  em  todos  os  setores  e  constar  de 
material  necessário  para  tratamentos  de  pequenos  ferimentos  na  pele  ocorridos  na  área  de 
trabalho. Os funcionários devem  ser treinados para a utilização, visando sempre a proteção contra 
uma possível emergência.  
Os  extintores  de  incêndio  nos  estabelecimentos  de  beleza  devem  estar  visíveis,  bem 
sinalizados, em local acessível a todos e  com sua carga hidrostática válida. Extintores de  incêndio 
para produtos  químicos  (extinores PQS de  pó),  eletricidade (extintores a  gás  CO2)   e para  papéis 
(extintores de água comprimida). 
 
Gerenciamento de Resíduos 
 
 A preocupação  com o  descarte de  resíduos gerados em  estabelecimentos  de beleza,  como 
o  lixo  tóxico  (lixo  químico),  o  lixo  contaminado  com  fluídos  orgânicos  (lixo  biológico),  o  lixo 
comum e o lixo reciclável, também faz parte das condutas e normas de Biossegurança. 
A  ANVISA,  através  da  RDC  306  (2004),  dispõe  sobre  o  Regulamento  Técnico  para  o 
gerenciamento  de  resíduos de serviços de saúde. Este gerenciamento constitui em um conjunto de 
procedimentos  planejados  e  implementados  a  partir  de  bases  científicas,  técnicas  e  normativas 
legais,  com  o  objetivo  de  minimizar  a  produção  de  resíduos  gerados,  estabelecer  um 
encaminhamento  seguro  de  forma  eficiente,  visando  a  proteção  dos  trabalhadores  e  do  meio 
ambiente.  
A  manejo  dos  resíduos  é  entendido  como  a  ação  de  gerenciar  os  mesmos  em  aspectos 
intra  e  extra  estabelecimento,  desde  a  geração  até  a  disposição  final,  incluindo  as  seguintes 
etapas:  segregação,  acondicionamento,  identificação,  transporte  e  destino  final  (tratamento  do 
resíduo). 

Os resíduos gerados estão classificados nos seguintes grupos: 

- Grupo A: resíduos biológicos resultantes de atividades  que  envolvam microrganismos vivos ou 
atenuados,  ou  secreções  e  material  biológico,  como  algodões,  gazes,  lençóis,  cabelos,  ceras  e 
outros  materiais.  Este  tipo  de  resíduo  deve  ser  acondicionado  em  saco  constituído  de  material 
resistente a ruptura, a punctura e vazamento,  impermeável, respeitando os limites de peso de cada 
saco,  sendo  proibido o  esvaziamento  e  reaproveitamento, utilizando-se  de símbolo  e  frase  Risco 
biológico. 

- Grupo B: resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar  riscos à saúde pública 
ou  ao  meio  ambiente,  dependendo  de  suas  característica  de  inflamabilidade,  corrosividade,  
reatividade  e  toxidade.  Este  material  deve  ser  acondicionado  em  saco  constituído  de  material 
resistente a ruptura, a punctura e vazamento,  impermeável, respeitando os limites de peso de cada 
saco,  sendo  proibido o  esvaziamento  e  reaproveitamento, utilizando-se  de símbolo  e  frase  Risco 
químico. 

- Grupo C: são resíduos  que  não  apresentam risco  biológico, químico ou  radiológico à  saúde  ou 
ao  meio  ambiente,  podendo  ser equiparados aos  resíduos domiciliares.  Devem  ser separados  em 
sacos  de  lixo  normal,  impermeáveis  e  obedecendo  a  capacidade  máxima  de  preenchimento 
estabelecido  pelo  fabricante.  Não  precisam  necessariamente ser  identificados,  mas  se for  o  caso 
devem  ser  identificados  utlizando-se  o  código  de  cores  e  suas  correspondentes  nomeações,  
baseadas  na  Resolução  CONAMA  nº  275/2001,  e  símbolos  de  tipo  de  material  reciclável:  azul 
(papel), amarelo (metais), verde (vidros), vermelho ( plástico) e marrom (orgânicos). 
 
- Grupo D: resíduos perfuro-cortantes ou escarnificantes. Ex. agulhas, lâminas de barbear, bisturi 
(podológico). As agulhas descartáveis  devem ser desprezadas imediatamente após seu uso, sendo 
proibido  reencapá-las  ou  proceder  a  sua  retirada  manual.  Devem  ser  acondicionadas  em 
recipientes  constituídos  de  material  rígido  e  resistente.  A  sua  identificação  deve  ser  com  o 
símbolo internacional de risco biológico, acrescido da inscrição pérfuro-cortante.  
 
   
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS 
 
ANVISA – Regulamento técnico  para gerenciamento de  resíduos de serviços de saúde, RDC 
306,07/12/2004. 
 
ANVISA  - Regulamento Técnico  para  planejamento,  progra mação,  elaboração  e  avaliação 
de projetos físico de estabelecimentos assistenciais de saúde. RDC nº 50, de 21/02/2002. 
 
GUNDALINI, L. S. et al. Como controlar a infecção na odontologia. Londrina: Gnatus, 1997. 
 
HINRICHSEN, S.L.Biossegurança e controle de infecções. São Paulo: MEDSI, p.4, 2004. 
 
LABES; E.M. Questionário: do planejamento à Aplicação na pesquisa. Chapecó: Grifos,1998. 
 
MINISTÉRIO  DA  SAÚDE  –  Coordenação  de  controle  de  infecção  Hospitalar.  Processamento 
de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. 2. ed. Brasília, 2004. 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de exposição Ocupacional  - Recomendações para 
atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional e material biológico: HIV e Hepatites 
B e C. Brasília, 2004. Disponível em: 
http://www.aids.gov.br/data/documentos/storedDocuments/%7BB8F5DAF-23AE-4891-AD36-
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61E3043837788%7D/manual_acidentes%final.pdf. Acessado em 24/08/2007. 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. NR 06 – Equipamentos de Proteção 
Individual – EPI. Disponível em: 
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